Hoje vamos falar sobre à rotação do motor que, na correria do dia a dia, acaba sendo ignorado pela maioria dos motoristas. Mas, se você dominar essa técnica e a usar corretamente, vai economizar muito nos postos e na oficina!
Ao contrário de um piloto profissional, nós dirigimos de olho no velocímetro. O conta-giros acaba esquecido, não é verdade? Outro erro é ignorar a “faixa ideal de operação do motor”, que a maioria nem sabe onde fica.
Neste post vamos explicar porque é importante manter a rotação do motor sob controle, como dirigir melhor, os defeitos que podem surgir e como os reparos devem ser feitos. Gostou? Então vamos em frente!
Um ritmo alucinante
Você sabia que um motor pequeno, mesmo nas versões de três cilindros, pode ser formado por cerca de 500 peças? É um mecanismo muito mais complexo e preciso do que os melhores relógios do mundo.
Ainda temos vários complicadores, como o atrito, o calor, a pressão e a rotação. Apesar de tudo isso, os pistões podem atingir cerca de 60 km/h numa distância menor do que 8 centímetros. Não é incrível?
Matemática no motor
Ficou curioso para entender de onde tiramos esses dados? É um cálculo fácil e você também pode fazer em casa, com o manual do seu carro. Acompanhe o exemplo do motor Volkswagen de três cilindros:
Motor: VW 1.0 EA211 (aspirado)
Aplicações: Polo, Golf, Fox, up!, Gol e derivados
Diâmetro dos cilindros: 74,5 mm (ou 7,45 cm)
Curso dos pistões (distância percorrida dentro dos cilindros): 76,4 mm (ou 7,64 cm)
Potência máxima (com etanol): 84 cv a 6.250 rpm (rotações por minuto)
Torque máximo (com etanol): 10,4 kgfm a 3.000 rpm
Distância percorrida pelos pistões a cada rotação: 15,28 cm (7,64 sobe + 7,64 desce)
Distância percorrida na potência máxima: 93.925 cm por minuto (15,28 x 6.250)
Calculando a velocidade: 93.925 cm por minuto = 5.635.500 cm por hora = 56,35 km/h
Meu nome é correria
Como você viu no exemplo, na potência máxima, os pistões saem do ponto-morto inferior, aceleram até a velocidade de 56,35 km/h (em apenas 7,64 cm), freiam no ponto-morto superior e descem no mesmo embalo.
As peças do motor aguentam esses esforços e duram milhares de quilômetros porque foram dimensionadas, sincronizadas e testadas nas condições mais extremas. Mas, se você abusar, pode ter um prejuízo enorme!
Dirija de forma inteligente
Os grandes campeões sempre extraem o máximo dos motores: potência, durabilidade e economia. Sabe qual é o segredo? Usar o conta-giros e manter a rotação sempre entre o torque máximo e a potência máxima.
Abaixo do torque máximo, o motor é fraco, não adianta ficar acelerando com a marcha errada. Ao contrário, além do regime de potência máxima, você estará desperdiçando combustível e forçando os componentes.
Economia ecológica
Quem sabe respeitar os limites do motor economiza durante toda a vida do veículo. A primeira diferença aparece na hora de abastecer. Você rodará muito com cada tanque e, gastando menos, ainda reduzirá a poluição.
Trabalhando dentro dos limites, os elementos internos chegam a durar centenas de milhares de quilômetros. Também fica mais difícil acontecerem quebras de correias, superaquecimentos ou falhas na embreagem.
Ajuda da eletrônica
Nos carros antigos, equipados com carburadores, era comum ver motores destruídos nas oficinas por excesso de rotação. Muitas vezes, a causa era um “erro bobo”, durante uma redução de marcha na estrada.
Para a nossa sorte, esse problema não existe mais. Ao notar que a rotação está saindo do controle, a injeção deixa de funcionar. Mas fique atento: nos modelos “chipados” costumam remover essa proteção!
A rotação no comando
Além de ser um dado fundamental para o motorista usar o veículo da maneira correta, o número de rotações do motor também influi no funcionamento de outros componentes, módulos eletrônicos e acessórios.
Os sinais dos sensores de rotação são usados pelos sistemas de ignição, injeção, piloto automático, controle de tração, direção (elétrica ou hidráulica), câmbio automático, ar condicionado, entre outros.
Conhecendo os sensores
Nos carros modernos é comum encontrarmos quatro tipos diferentes de sensores de rotação. Dois gerenciam a operação do motor e os outros controlam a velocidade e os freios. Conheça cada um deles:
Sensor de rotação do motor: costuma trabalhar em conjunto com um disco dentado, chamado de “roda fônica”. Geralmente está instalado no virabrequim ou, nos veículos mais antigos, dentro do distribuidor.
Sensor de posição do eixo comando: nos motores a gasolina ou flex, costuma ser montado no cabeçote, embaixo da tampa de válvulas. Em alguns motores diesel pode estar no bloco ou na região da tampa frontal.
Sensor de velocidade do veículo: é outro componente muito importante para o perfeito funcionamento dos sistemas eletrônicos. Quase sempre, está posicionado no câmbio, perto dos semieixos ou cardan.
Sensores de velocidade das rodas: os veículos atuais costumam usar quatro peças, uma em cada roda. Controlam os freios ABS e outros itens de segurança, como os controles de estabilidade e tração.
Os defeitos mais comuns
Como você notou, a rotação do motor tem uma influência enorme. Nós usamos essa informação para dirigir melhor e a eletrônica pode tomar várias decisões. Quando algo está errado, os sinais logo aparecem.
Desconfie dos sensores sempre que o motor apresentar alguma dificuldade para ligar, falhas ou oscilações, falta de potência, as famosas “griladas” ou “batidas de pino”, consumo elevado ou superaquecimento.
Manutenção de qualidade
Para rodar tranquilo, é importante contar com uma oficina de confiança e fazer sempre as revisões periódicas. Os sensores de rotação (do motor, câmbio ou rodas) não costumam falhar de uma hora para outra.
Mas existe um problema: o diagnóstico pode ser bem difícil. Para consertar os modelos mais novos, o mecânico deve estar capacitado, ter as ferramentas e os equipamentos certos, a começar pelo scanner.
Também nunca aceite que adaptem peças diferentes (geralmente itens parecidos de modelos mais comuns) ou modifiquem o chicote elétrico. Você vai perder dinheiro e o carro nunca mais será o mesmo.
Por: Blog Nakata