Como a tecnologia colabora para um trânsito mais seguro

A Bosch leva a tecnologia para as ruas transformando o modo como as pessoas se movem. O transporte compartilhado, os veículos elétricos, os carros autônomos e outras soluções sustentáveis são protagonistas de uma revolução que já começou.

Mobilidade urbana

O volume de veículos no Brasil cresceu 400% em dez anos, conforme dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas), numa pesquisa realizada em 2016. Entre as cidades brasileiras que mais sofrem com o crescimento dessa frota estão São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Não apenas pelos congestionamentos, mas pelos altos índices de acidentes.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,35 milhão de mortes no trânsito são registradas anualmente em todo o mundo. No Brasil, os acidentes em vias públicas envolvem, por ano, cerca de 400 mil pessoas, sendo que mais de 45 mil não sobrevivem. Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), 90% das ocorrências acontecem por falha humana.

A agenda 2030, é um plano de ações desenvolvidas pela ONU que visa a erradicação da pobreza e a promoção do desenvolvimento, econômico, social e ambiental em escala global até o ano de 2030. Ela estabelece 17 objetivos, e o nº 3 visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para odos, incorporando a meta de ainda em 2020 reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes nas estradas.

A Bosch se identifica com essa iniciativa e trabalha na mesma direção para uma mobilidade segura e confortável. A empresa desenvolve soluções e tecnologias inteligentes a fim de transformar a vida das pessoas e inovar a relação que elas têm com a mobilidade.

Soluções inteligentes de assistência ao motorista são cada vez mais comuns

Assistente de permanência na faixa

Quantas vezes seu carro já foi fechado por outro veículo pela falta de indicação da seta ou, até mesmo sem a intenção, um carro invade a outra faixa?

Quando o Assistente de permanência na faixa (LKA) detecta que o veículo está prestes a deixar sua faixa de rolagem involuntariamente, a função é acionada, o motorista é alertado e o sistema atua para corrigir a trajetória mantendo o veículo dentro da faixa de rolagem. O condutor pode assumir o controle da função a qualquer momento e com isso se mantém responsável pelo veículo.

 

Câmera de ré

A falta de visão traseira e a existência de pontos cegos durante manobras nas quais a marcha ré está engatada podem resultar em colisões ou em acidentes, como o atropelamento de pedestres e animais. Considerada um item de segurança, hoje a câmera de ré está presente em vários modelos de veículos.

Além disso, a câmera de ré é considerada um item de conforto e assistência ao condutor, pois facilita e agiliza situações de manobras e estacionamento em locais com pouca visibilidade ou muito apertados.

Frenagem Automática de Emergência (AEB)

A Frenagem Automática de Emergência (AEB) também contribui para aumentar a segurança no trânsito, já que ela visa reduzir as colisões traseiras em veículos. O sistema é formado por radar e/ou câmera, dessa forma conseguindo analisar o tráfego e identificar os potenciais obstáculos, freando o veículo e alertando o motorista. Se não houver resposta, o próprio sistema aciona a frenagem completa, evitando uma batida ou, quando não possível, reduzindo a intensidade da colisão.

 

Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP®)

O Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP®) é um item essencial, especialmente quando as rodovias estão molhadas, escorregadias, ao desviar de obstáculos inesperados como animais na estrada ou até mesmo ao fazer uma curva brusca e fechada. Até 80% de todos os acidentes por derrapagem podem ser evitados com o ESP®. Essa tecnologia combina as funções do Sistema Antibloqueio de Frenagem (ABS) e o Sistema de Controle de Tração (TCS), além de detectar movimentos de derrapagem do veículo e agir de forma a neutralizá-los prontamente.

O sistema utiliza informações sobre a dinâmica do veículo para detectar se ele está na mesma direção em que o motorista deseja. Caso haja discrepância entre estes dois fatores, o ESP® intervém. Pode parecer simples, mas o processo é, de fato, complexo. Sensores inteligentes auxiliam na comparação do ângulo de esterço e a trajetória do veículo 25 vezes por segundo. Se os dois divergirem, o ESP® controla o torque do motor automaticamente e freia as rodas individualmente. Dessa forma, o sistema ajuda o motorista a evitar que o veículo derrape, cortando o acidente pela raiz.

O ESP® pode evitar até 80% de todos os acidentes causados por derrapagem

 

Airbag: segurança que ajuda a salvar vidas

A decisão certa em milissegundos

Usando aceleração interna e externa, velocidade e sensores de pressão, uma unidade de controle de airbag de última geração identifica o tipo de acidente, sua gravidade e ativa o airbag e o tensor do cinto, conforme necessário. Em apenas dez milissegundos – dez vezes mais rápido do que uma pessoa pode piscar – o algoritmo de acionamentos interpreta os dados do sensor para determinar se o motorista simplesmente pisou no freio, bateu em um carro estacionado, saltou na guia ou se o veículo teve uma grave colisão ou risco de capotamento. Se a situação for perigosa, o sistema acende o gerador de gás pirotécnico e, em 30 milissegundos, o airbag está totalmente inflado e pode proteger o motorista e os passageiros. Após uma colisão, o sistema também envia um sinal para cortar o fornecimento de combustível ou, em veículos elétricos, para desconectar a bateria de alta tensão.

O airbag, associado ao cinto de segurança, ajudam a minimizar as consequências quando os acidentes são inevitáveis.

Cinto de segurança e airbag, dobradinha perfeita

O efeito otimizado dos airbags somente é alcançado em combinação com o cinto de segurança, ou seja, caso o motorista ou o passageiro não estejam utilizando o cinto no momento da colisão, o airbag não terá a finalidade prevista.

Posição correta

Os airbags foram desenvolvidos para atuarem junto à posição normal de ocupação no veículo. Caso o condutor esteja muito inclinado para frente ou

afastado do volante, o airbag não será efetivo e poderá ainda causar danos à pessoa.

Como regra geral, a distância entre os membros superiores do corpo e o airbag do volante devem ser entre 25 – 30 cm. A Bosch orienta que o manual do proprietário seja sempre consultado para verificar quais as orientações da montadora para cada veículo.

A abertura do airbag frontal não representa perigo para as gestantes e seus bebês visto que visa proteger a cabeça. De qualquer forma, é preciso que a motorista esteja sentada na posição correta, com a parte inferior do cinto de três pontos posicionado abaixo da barriga e observar a distância de pelo menos 25 cm em relação ao airbag.

O passageiro nunca deve colocar os pés sobre o painel. Essa medida visa coibir que as pernas sejam arremessadas, em caso de colisão, contra a própria pessoa.

Objetos, crianças e animais

Não devem ser colocados objetos, como GPS ou celulares, nos locais indicados com a sigla airbag como, por exemplo, no centro do volante, painel acima do porta-luvas, uma vez que os mesmos, em caso de abertura do sistema, podem ser arremessados contra os ocupantes do veículo.

Bolsas e outros objetos no colo do passageiro podem se tornar um objeto de arremesso perigoso em casos de colisão.

Assim como um cachorro ou uma criança no colo também representam um grande risco, tanto para o passageiro quanto para a própria criança, por exemplo.

E quando o assunto é segurança veicular não se pode deixar de falar das motocicletas

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o número de motocicletas no Brasil é maior que o de carros em 45% das cidades. A região que lidera essa proporção é o Nordeste, onde a frota de motos chega a 7,49 milhões contra 6,67 milhões de carros.

Devido ao crescente número de motocicletas nas vias brasileiras, o tema segurança veicular se torna foco. Afinal, muitos acidentes com motos têm como principal causa as frenagens de emergência, executadas de forma errada ou hesitantes.

Não por acaso, em 2020, de acordo com Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT), foram registradas mais de 17.412 mil mortes em acidentes de motocicletas, o que representa 51,9% de todas as ocorrências.

Sistema Antibloqueio de Frenagem (ABS) para motocicletas

De modo a trazer maior segurança e ajudar a salvar vidas, o Sistema Antibloqueio de Frenagem (ABS) para motocicletas atua evitando o travamento das rodas. O sistema otimiza a distância de parada e mantem a dirigibilidade da motocicleta. Além disso, não pulsa ou endurece o manete a todo instante e não influencia no peso da motocicleta.

Atualmente, por força de legislação, o ABS é encontrado em todas as motocicletas novas acima de 300cc. No entanto, o mercado de motos abaixo de 300cc que representa cerca de 90% da produção nacional ainda tem baixa taxa de instalação dessa tecnologia. Há aqui uma grande oportunidade para melhorar ainda mais a segurança dos motociclistas.

Carros autônomos e suas tecnologias

O carro autônomo, em seu nível mais elevado, é um veículo que não depende de um ser humano para ser conduzido. Ele é projetado para seguir até o destino sem a necessidade de uma pessoa realizar qualquer ação, pois seus computadores cumprem o papel do motorista.

A Bosch e a Daimler conquistaram um marco histórico no caminho para a direção autônoma: as duas empresas obtiveram a aprovação de relevantes autoridades em Baden-Württemberg, na Alemanha, para o sistema de estacionamento autônomo na garagem do Museu da Mercedes-Benz, em Stuttgart. A tecnologia é acessada por um aplicativo de celular e não requer um motorista para manobras. Isso torna o sistema de estacionamento totalmente autônomo (SAE 4) o primeiro do mundo a ser aprovado para uso diário.

Vantagens dos carros autônomos

As principais tecnologias presentes no carro autônomo são os sensores (como radares, câmeras, lidares), as unidades de controle eletrônica e os atuadores. Através dos sensores o veículo consegue identificar o que está acontecendo ao seu redor, sendo capaz de entender os sinais de trânsito e semáforos, perceber a presença de obstáculos, pessoas, outros veículos e ainda se manter em sua via de rodagem.

No primeiro momento pode parecer estranho um carro conduzir a si próprio sem a necessidade de uma pessoa realizar qualquer ação. Mas essa é uma tecnologia que apresenta diversas vantagens, como você verá a seguir.

Minimização da poluição

Os veículos autônomos podem se organizar em comboios, consumindo menos combustível devido á resistência aerodinâmica reduzida.

Redução de acidentes de trânsito

O cansaço, um minuto de distração, a embriaguez, a imprudência e, até mesmo, a hipnose rodoviária estão entre as causas principais dos acidentes de trânsito. O carro totalmente autônomo ajuda a evitar tudo isso porque ele não precisa de um motorista e consegue prever e responder rapidamente as ações dos veículos e dos usuários vulneráveis ao seu redor.

Diminuição no tempo de translado

O trânsito com carros autônomos flui de uma maneira mais organizada e concentrada, portanto, os congestionamentos são reduzidos. Por consequência, há uma redução do tempo de translado, permitindo chegar mais rápido ao destino.

Regulamentação dos carros autônomos na América Latina

O carro autônomo ainda é um cenário novo não só na América Latina, mas em todo o mundo. Por isso, para que ele de fato possa chegar às ruas, ainda existem barreiras legais a serem discutidas.

No momento, os recursos tecnológicos e os veículos em si com níveis elevados de automação estão sendo desenvolvidos e fabricados, mas não podem circular. Existem alguns aspectos que precisam ser mais debatidos, como a responsabilidade acerca de um acidente ocorrido com um veículo autônomo em perfeito estado de funcionamento e um pedestre.

Esse é um dos empecilhos, sendo suficiente para dificultar a regulamentação, principalmente na América Latina.

Ao redor do mundo, outros países já se mostram abertos para o carro autônomo. No caso dos Estados Unidos, foram aprovados testes no estado da Califórnia por exemplo sem a presença de seres humanos. Na América Latina ainda existe um longo caminho a ser percorrido.